domingo, 30 de abril de 2017

Edson Gomes - Cão Brocador (Música Nova)





Edson Gomes lança nova música, sem perder suas origens. Diferente do que estamos acostumados a ver ultimamente no reggae, onde os artistas querem fazer música com sonoridade "plural", o velho regueiro baiano mantém suas raízes e expressa sua paixão pelo futebol.

Conheça os responsáveis pela demonização da maconha e entenda a farsa da proibição



Em 1920, sob pressão de grupos religiosos protestantes, os Estados Unidos decretaram a proibição da produção e da comercialização de bebidas alcoólicas. Era a Lei Seca, que durou até 1933. Foi aí que Harry Jacob Anslinger surgiu na vida pública americana – reprimindo o tráfico de rum que vinha das Bahamas. Foi aí, também, que a maconha entrou na vida de muita gente – “A proibição do álcool foi o estopim para o ‘boom’ da maconha”, afirma o historiador inglês Richard Davenport-Hines, especialista na história dos narcóticos, “Na medida em que ficou mais difícil obter bebidas alcoólicas e elas ficaram mais caras e piores, pequenos cafés que vendiam maconha começaram a proliferar”, escreveu.
Harry Jacob Anslinger foi promovido a chefe da Divisão de Controle Estrangeiro do Comitê de Proibição e sua tarefa era cuidar do contrabando de bebidas. Foi nessa época que ele percebeu o clima de antipatia contra a maconha que tomava a nação. Clima esse que só piorou com a quebra da Bolsa, em 1929, que afundou a nação numa recessão. No sul do país, corria o boato de que a droga dava força sobre-humana aos mexicanos, o que seria uma vantagem injusta na disputa pelos escassos empregos. A isso se somavam insinuações de que a droga induzia ao sexo promíscuo e ao crime. Baseados nesses boatos, vários Estados começaram a proibir a substância. Nessa época, a maconha virou a droga de escolha dos músicos de jazz, que afirmavam ficar mais criativos depois de fumar.
Anslinger agarrou-se firme à bandeira proibicionista, batalhou para divulgar os mitos antimaconha e, em 1930, quando o governo, preocupado com a cocaína e o ópio, criou o FBN (Federal Bureau of Narcotics, um escritório nos moldes do FBI para lidar com drogas), ele articulou para chefiá-lo. De repente, de um cargo burocrático obscuro, Anslinger passou a ser o responsável pela política de drogas do país. E quanto mais substâncias fossem proibidas, mais poder ele teria.
Mas é improvável que a cruzada fosse motivada apenas pela sede de poder. Outros interesses devem ter pesado. Anslinger era casado com a sobrinha de Andrew Mellon, dono da gigante petrolífera Gulf Oil e um dos principais investidores da igualmente gigante Du Pont. “A Du Pont foi uma das maiores responsáveis por orquestrar a destruição da indústria do cânhamo”, afirma o escritor Jack Herer, em seu livro The Emperor Wears No Clothes (O imperador está nu, ainda sem tradução). Nos anos 20, a empresa estava desenvolvendo vários produtos a partir do petróleo: aditivos para combustíveis, plásticos, fibras sintéticas como o náilon e processos químicos para a fabricação de papel feito de madeira. Esses produtos tinham uma coisa em comum: disputavam o mercado com o cânhamo.
Seria um empurrão considerável para a nascente indústria de sintéticos se as imensas lavouras de cannabis fossem destruídas, tirando a fibra do cânhamo e o óleo da semente do mercado. “A maconha foi proibida por interesses econômicos, especialmente para abrir o mercado das fibras naturais para o náilon”, afirma o jurista Wálter Maierovitch, especialista em tráfico de entorpecentes e ex-secretário nacional antidrogas.
Anslinger tinha um aliado poderoso na guerra contra a maconha: William Randolph Hearst, dono de uma imensa rede de jornais. Hearst era a pessoa mais influente dos Estados Unidos. Milionário, comandava suas empresas de um castelo monumental na Califórnia, onde recebia artistas de Hollywood para passear pelo zoológico particular ou dar braçadas na piscina coberta adornada com estátuas gregas. Foi nele que Orson Welles se inspirou para criar o protagonista do filme Cidadão Kane. Hearst sabidamente odiava mexicanos. Parte desse ódio talvez se devesse ao fato de que, durante a Revolução Mexicana de 1910, as tropas de Pancho Villa (que, aliás, faziam uso freqüente de maconha) desapropriaram uma enorme propriedade sua. Sim, Hearst era dono de terras e as usava para plantar eucaliptos e outras árvores para produzir papel. Ou seja, ele também tinha interesse em que a maconha americana fosse destruída – levando com ela a indústria de papel de cânhamo.
Hearst iniciou, nos anos 30, uma intensa campanha contra a maconha. Seus jornais passaram a publicar seguidas matérias sobre a droga, às vezes afirmando que a maconha fazia os mexicanos estuprarem mulheres brancas, outras noticiando que 60% dos crimes eram cometidos sob efeito da droga (um número tirado sabe-se lá de onde). Nessa época, surgiu a história de que o fumo mata neurônios, um mito repetido até hoje. Foi Hearst que, se não inventou, ao menos popularizou o nome marijuana (ele queria uma palavra que soasse bem hispânica, para permitir a associação direta entre a droga e os mexicanos). Anslinger era presença constante nos jornais de Hearst, onde contava suas histórias de terror. A opinião pública ficou apavorada. Em 1937, Anslinger foi ao Congresso dizer que, sob o efeito da maconha, “algumas pessoas embarcam numa raiva delirante e cometem crimes violentos”.
Os deputados votaram pela proibição do cultivo, da venda e do uso da cannabis, sem levar em conta as pesquisas que afirmavam que a substância era segura. Proibiu-se não apenas a droga, mas a planta. O homem simplesmente cassou o direito da espécie Cannabis sativa de existir.
Anslinger também atuou internacionalmente. Criou uma rede de espiões e passou a freqüentar as reuniões da Liga das Nações, antecessora da ONU, propondo tratados cada vez mais duros para reprimir o tráfico internacional. Também começou a encontrar líderes de vários países e a levar a eles os mesmos argumentos aterrorizantes que funcionaram com os americanos. Não foi difícil convencer os governos – já na década de 20 o Brasil adotava leis federais antimaconha. A Europa também embarcou na onda proibicionista.
Estava erguida uma estrutura mundial interessada em manter as drogas na ilegalidade, a maconha entre elas. Um ano depois, em 1962, o presidente John Kennedy demitiu Anslinger – depois de nada menos que 32 anos à frente do FBN. Um grupo formado para analisar os efeitos da droga concluiu que os riscos da maconha estavam sendo exagerados e que a tese de que ela levava a drogas mais pesadas era furada. Mas não veio a descriminalização. Pelo contrário. O presidente Richard Nixon endureceu mais a lei, declarou “guerra às drogas” e criou o DEA (em português, Escritório de Coação das Drogas), um órgão ainda mais poderoso que o FBN, porque, além de definir políticas, tem poder de polícia.
Fonte: Super Interessante - A verdade sobre a maconha.

sábado, 29 de abril de 2017

Quais são as bandas mais antigas de Reggae no Brasil?


Primeiras bandas de Reggae do Brasil
A falta de um estudo histórico detalhado sobre a chegada do Reggae ao Brasil torna o assunto um tanto quanto nebuloso. Uma série de incertezas relacionadas à datas, formas de disseminação e nomes envolvem o tema, mas o que realmente sabemos é que tudo aconteceu em meados dos anos 1970. A vinda de Jimmy Cliff ao país, o lançamento de “Nine out of ten” de Caetano Veloso e sua inspiração encontrada em Londres, e assim por diante.

Seja por meio das rádios piratas caribenhas que eram captadas no nordeste do país, pelos marinheiros nos portos, ou pelas mãos de vendedores de discos ilegais, fato é que o Reggae achou o seu lugar no coração dos brasileiros há décadas.
Embora hoje tenhamos uma gama de artistas nacionais, alguns muito conhecidos no cenário pop e outros que lutam para manter o Reggae vivo nos cantos mais escondidos do Brasil, é preciso saber quem foram os pioneiros que ajudaram a fortalecer a cultura por aqui.
Nos anos 1970, alguns cantores consagrados, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, entre muitos outros, se arriscaram em algumas composições que remetiam ao Reggae, mas nesse texto vamos nos ater a bandas totalmente voltadas ao gênero.
É difícil citar todos os nomes, mas vamos relembrar alguns muito conhecidos do público, e outros não tão conhecidos assim, mas que marcaram presença nos primórdios do Reggae no Brasil.

Edson Gomes

É impossível falar de Reggae no Brasil sem falar dele, um dos ilustres filhos de Cachoeira, Bahia, e ícone do gênero.
Edson Gomes
Edson Gomes (Imagem: Reprodução / Internet)
Em 1971, aos 16 anos, Edson ganhou o primeiro lugar em um festival estudantil do colégio estadual de sua cidade natal. Ele começou a compor ainda nessa época escolar, nos anos 1972, mas apenas alguns anos depois encontrou no Reggae a inspiração necessária para divulgar suas ideias. “Foi o reggae que me deu a inspiração para direcionar a minha composição para o lado social, porque eu ainda estava indeciso de que caminho eu iria seguir. Então quando encontrei o reggae pensei: ‘Esse veiculo aqui é o que vai levar a minha mensagem, é o apropriado para levar a minha mensagem’”, disse durante uma entrevista. (http://www.aratuonline.com.br/universoaxe/entrevistas/meu-publico-e-enorme-afirma-edson-gomes/)
O cantor deixou a Bahia em 1982 e foi para São Paulo, onde conciliava a carreira na construção civil com o mundo da música. O esforço valeu a pena, e nessa mesma década ele conseguiu gravar um compacto, levar o prêmio de melhor intérprete do Festival Canta Bahia e outro pelo Troféu Caymmi em 1982 com a música “Rasta”. Em 1988, surge “Reggae Resistência”, seu primeiro álbum lançado pela gravadora EMI.
Mesmo sem o apoio da grande mídia, até hoje o cantor tem uma legião de fãs em todos os cantos do país.

Tribo de Jah

A Tribo de Jah é sempre lembrada quando o assunto é Reggae nacional. A banda veio da chamada “Jamaica Brasileira”, ou “Ilha do Amor”, ou simplesmente São Luís do Maranhão.
Tribo de Jah
O Reggae voa pelo mundo
A história da Tribo de Jah teve início na Escola de Cegos do Maranhão, onde os quatro músicos cegos e um quinto músico com visão parcial (apenas em um olho) se conheceram. Lá, eles descobriram o gosto comum pela música, e começaram a arranhar alguns acordes e improvisar instrumentos.
Pouco depois, começaram a viajar pelas cidades do interior do estado fazendo covers de Reggae, lambada e seresta. Nessas andanças conheceram o radialista e atual vocalista Fauzi Beydoun, que também era apaixonado pela cultura do Reggae. Tudo isso aconteceu ainda nos anos 1980, quando o gênero musical nascido na Jamaica fervilhada pelas cidades nordestinas por meio de discos internacionais, mas ainda não possui muitos representantes locais.
Ao longo desses 30 anos de carreira, a os Regueiros Guerreiros se apresentaram em diversos locais importantes, entre eles o principal palco do reggae mundial no Reggae Sunsplash Festival, na Jamaica em 1995. Argentina, Guiana Francesa, França e Itália também fazem parte de sua trajetória.
O pioneirismo da Tribo de Jah é cantado também em suas letras:
“Eu era apenas um forasteiro/ um forasteiro
Quando eu cheguei no Maranhão
Nunca fui rastafari, mas eu era regueiro/ eu era regueiro
Amante do Reggae de coração

Foi quando eu soube que os pioneiros/ os pioneiros
A história de sua abnegada paixão
Os primeiros regueiros brasileiros/ os primeiros regueiros

Do pará e do Maranhão
Foram os precursores
Mestres dinamitadores
Que detonaram a pedreira

Fazendo rolar as pedras nas terras brasileiras
Foram os primeiros
A lançar a semente
Do som e do sonho regueiro
No chão, deste país continente

Roots Reggae Man – reggae pioneiros – os pioneiros regueiros de coração
Roots Reggae Man – reggae pioneiros – os pioneiros do reggae da nação
Os primeiros regueiros de coração
Roots Reggae Man – reggae pioneiros

Pioneiros do Reggae da nação
Rasta alvim, mercador de canções
Missionário visonário (seguido de ras margalho)
No coração de belém do Pará
Passando discos e fitas de suas coleções
Rolando as primeiras pedras por lá

Riba macedo e seu sonzão guarani no Maranhão
Depois zé rouxinho da águia do som
Grande viegas, grande guerreiro
Natty Naifson, Chico do Reggae e serralheiro
Entre tantos outros regueiros de expressão.”

Pioneiros do Reggae – Tribo de Jah

Os Karetas

É um grupo dos anos 70, de Recife, é provavelmente a primeira banda de reggae do Brasil.
Os Karetas
Menudos do Reggae
“Tudo começou no início dos anos 70, quando um Pernambucano conhecido por Sebastião, fundou a banda que adotou o nome, ‘Os Caretas’, isso mesmo, escrevia-se com a letra (C). Essa banda tocava em bailes e festas do Grande Recife. Na primeira formação dos Caretas, os componentes eram:
Daniel Barbosa: Contra baixo e vocal,
Nael: Guitarra solo e base,
Raminho: Guitarra solo e base,
Mamão: Bateria
Silva: Piston
Assilon: Sax
Moises: Teclados
Marcílio: Teclados
Sebastião era dono, empresário e o fundador da banda.

Ainda nos anos 70, por volta de 1979, Daniel Barbosa e Lulu, resolveram comprar o projeto da banda Os Caretas, de Sebastião, então, feito isso, a banda passou a ser chamada de “Grupo Karetas”, já utilizando a letra (K). Daniel Barbosa tinha uma queda pelo ritmo do Reggae, que já vinham tocando em suas apresentações e passou a incorporá-lo na banda”.
Biografia por: Aleyster Crowley Bernando de Andrade

Cidade Negra

A banda Cidade Negra surgiu na cidade de Belford Roxo, no Rio de Janeiro em 1986. Porém, é importante ressaltar que a caminhada começou em 1983, quando o baixista Bino Farias encontrou Ras Bernardo e então surgiu a banda Lumiar, com inspiração no som que vinha da Jamaica, bem como o funk, soul e clássicos do rock. Porém, apenas em 1986 a banda mudou o nome da icônica Cidade Negra.
Cidade Negra
Pra entender o Erê
Um dos pontos marcantes da carreira da banda foi em 1992, quando  o grupo tocou no festival Reggae Sunsplash, na Jamaica; tornando-se os primeiros artistas latino-americanos a participar do evento. Agora, em 2015, Cidade Negra será a primeira banda de Reggae a tocar no Palco Mundo do festival Rock in Rio.

Jorge Alfredo e Chico Evangelista

Jorge Alfredo e Chico Evangelista
Detalhe no figurino
Dois dos nomes mais antigos da cena do Reggae brasileiro que foram peças chave na evolução do ritmo no país. Antes dos anos 1980, ainda em 1979, os dois compositores baianos lançaram um disco intitulado “Bahia Jamaica” – talvez o primeiro disco brasileiro assumidamente de reggae. A música “Reggae da Independência”, de Chico Evangelista, também de 1979, rendeu o prêmio do Festival de Música da TV Tupi.

Banda Remanescentes

O grupo Remanescentes surgiu quando nomes como Nengo Vieira, Sine Calmon, Tin Tim Gomes (irmão de Edson Gomes) e Marco Oliveira se reuniram na Bahia dos anos 1980.
Remanescentes
Nengo Vieira, Sine Calmon e Tin Tim Gomes
Originalmente formado por músicos da banda Studio 5, o grupo surgiu da experiência comunitária vivida na residência de Nengo Vieira, em Salvador. Por lá viveram diversos nomes da música e da arte em geral – até mesmo Raul Seixas passou por lá.
O Remanescentes foi um grupo alternativo comunitário que, segundo os seus ex-integrantes, tinha como objetivo levar a mensagem do evangelho através do reggae. Eles adotavam o visual e parte da cultura rastafári, mas cultuavam Jesus Cristo. O Reggae feito pelos Remanescentes era inspirado no roots e suas letras envolviam problemas sociais, amor, religião e esperança.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Os diferentes estilos de Reggae


Para identificar um estilo ou gênero musical é preciso primeiro olhar para sua história, bem como para as características estruturais da música – forma de cantar, assunto das letras, ritmo, métrica, instrumentos (e o papel de cada um deles), entre outros aspectos. Isso sem contar as fusões, que incorporam elementos de diversos estilos para formar um novo.
Difícil, não? Portanto, é importante frisar que a definição de um gênero (e mais ainda subgênero) musical não é uma ciência exata.
Hoje vamos citar alguns estilos de Reggae, que é um gênero muito rico, e apontar o que diferencia cada um deles para elucidar algumas dúvidas de quem tem interesse em se aprofundar um pouco mais no assunto.
URBANIMAGE.TV

Sound system nos anos 1970 (Imagem: Urbanimage.tv)


O começo de tudo

O Reggae é considerado o terceiro ritmo jamaicano mais importante da década de 1960, precedido pelo Rocksteady, que, por sua vez, teve origem no Ska.
Tudo começou no finalzinho dos anos 1950, após a Segunda Guerra Mundial, quando os jamaicanos passaram a ter mais acesso aos rádios e, consequentemente, a ouvir os ritmos que estavam bombando nas estações norte-americanas. Não demorou até que eles encontrassem no Jazz e no R&B uma inspiração nesse momento pós-guerra.
Alguns produtores que viajavam para os Estados Unidos voltavam para a Jamaica com a mala recheada de discos para tocar em seus sound systems. Unindo essas referências da música norte-americana com a forte influência dos ritmos caribenhos (como o Mento, Calipso e Rumba), os jamaicanos começaram a fazer suas próprias experiências musicais, o que resultou no Ska.
Essas músicas surgiram em um momento de esperança pós-guerra, independência (a Jamaica se tornou independente do Reino Unido em 1962) e busca pela paz. É possível notar todas essas influências no ritmo contagiante do Ska.



Early reggae


O início da história do Early Reggae pode ser datado a partir do final de 1968, quando os músicos receberam algumas influências de gravadoras norte-americanas e começaram a experimentar diferentes padrões rítmicos numa espécie de transformação do Rocksteady. Na época, o termo usado era “Regay”, que pouco depois mudou para “Reggae”, e só depois começou a ser chamado de “Early Reggae”.

Diferente do Rocksteady, o Early Reggae se mostra um pouco mais “animado”, com baterias mais complexas e a presença marcante do órgão Hammond. As letras também começam a ganhar assuntos mais variados. O Early Reggae atravessou fronteiras e saiu da Jamaica para se tornar queridinho no Reino Unido, durante o final dos anos 1960 e inícios de 1970.

Muitas vezes esse estilo é chamado também de “Skinhead Reggae” devido à sua popularidade entre os skinheads britânicos e também pela criação de um estilo com esse mesmo nome, que trazia em suas letras temáticas direcionadas para os skinheads. Mas é importante destacar que nem todo Early Reggae é considerado Skinheads Reggae, mas o contrário sim.

A introdução da música “Stir It Up”, de Bob Marley, representa bem algumas das características citadas.



Roots Reggae

O Roots Reggae foi popularizado por artistas como Bob Marley e Peter Tosh, e normalmente se refere ao tipo mais “reconhecível” de Reggae. O estilo dominou as gravações jamaicanas entre meados de 1972 e 1980.
Embora apresente peculiaridades em suas características musicais, o termo “Roots” (Raízes) muitas vezes implica mais na mensagem da música do que em seu estilo musical propriamente dito.
Portanto, muitas vezes o termo é usado para abranger diversos artistas que podem cobrir alguns outros subgêneros do Reggae. Nesse sentido descritivo do termo, o Roots Reggae pode ser associado às letras com mensagens voltadas às crenças Rastafári, a escravidão, fim do colonialismo, passagens bíblicas – principalmente sobre a Babilônia –, e, claro, sobre Jah. Letras sobre a pobreza, opressão racial e meditação sobre temas espirituais também entram na lista.
Em relação às demais características musicais, pode-se destacar a bateria do Roots Reggae, onde os músicos desenvolveram padrões de bumbo mais complexos, com certa influência do Funk e do R&B. Os padrões de guitarra, piano e teclado também foram refinados para os padrões mais conhecidos do Reggae atualmente. Foi nesse processo que o baixo tornou-se uma das características mais definitivas do Reggae como um gênero.


Dub

Ainda nos anos 1970, Lee ‘Scratch’ Perry, King Tubby, Errol Thompson e Bunny Lee foram os pioneiros do Dub, um estilo que envolve uma extensa remixagem de materiais gravados.
O som visceral do Dub possui forte ênfase na cozinha (baixo e bateria), conta com delays, ecos, além de efeitos especiais, como trovões e tiros, por exemplo. As primeiras gravações de Dub ganharam vida como versões no lado B das faixas vocais nos discos.
“Blackboard Jungle Dub “(1973) de Lee “Scratch” Perry e The Upsetters é uma das primeiras gravações de Dub conhecidas.



Rockers

O termo “Rockers” é utilizado como referência a um determinado tipo de Roots Reggae que teve início em 1970 com Sly & Robbie e ficou muito popular no final da mesma década.
Rockers geralmente é descrito como um estilo um pouco mais mecânico e agressivo de tocar Reggae, com uma presença de padrões de bateria sincopados e grande destaque para o baixo. O termo também ficou mundialmente conhecido graças ao filme homônimo, de 1978.

Lovers Rock

O Lovers Rock surgiu no meio da década de 1970, e teve forte presença no sul de Londres, onde acabou se solidificando. Artistas como Alton Ellis e John Holt se especializaram em cantar uma melodia influenciada por artistas do soul norte-americano, e logo os sound systems britânicos começaram a abraçar os covers de baladas românticas.
O Lovers Rock Possui um estilo bem similar ao Rocksteady, e o público feminino sempre mostrou uma queda por suas melodias mais suaves com letras que exploram os altos e baixos dos relacionamentos, falando quase sempre de amor. Muitas mulheres se destacam no estilo, como Janet Kay, que conseguiu chegar ao mainstream com a música Silly Games (1979). Destaque também para o trio Brown Sugar, que gravou sua primeira faixa quando ainda estava na escola.


Dancehall

No final dos anos 1970, temas como injustiça social, repatriação e o movimento Rastafári – que faziam parte do Roots Reggae – foram surpreendidos por letras sobre dança, violência e sexualidade. Isso foi decorrente da mudança de partidos políticos e da agitação que rolava na Jamaica. Um novo estilo surgia: o Dancehall, focado em temas mais “apimentados” e com artistas como Yellowman, Barrington Levy e Eek-A-Mouse ganhando notoriedade no Reino Unido e nos Estados Unidos.
Uma característica importante do Dancehall é o papel dos selectors nos sound systems, que rotineiramente usam o controle de volume dos mixers para remixar o riddim em torno dos padrões rítmicos dos vocalistas.



Quando falamos em Dancehall fica um pouco difícil não falar de “Ragga” (ou “Raggamuffin”). Trata-se de um termo que geralmente é usado para descrever um tipo de Dancehall que emergiu nos anos 1980 e conta com instrumentações digitais, mas poucos elementos do que é tradicionalmente visto como Reggae.


New Roots

Nos anos 1990, a violenta realidade de Kingston acendeu uma luz de alerta, ainda mais após a morte de deejays como Pan Head e Dirstman, ambos mortos a tiros em 1993.
A época então foi marcada por uma grande mudança no Dancehall, pois diversos artistas resolveram voltar às origens e abraçar temas Rastafári e culturais. Muitos abandonaram o estilo “slackness”, marcado por letras sexuais, para escrever músicas sobre direitos iguais e justiça, como Capleton e Buju Banton.
Esse movimento de retorno às raízes fez com que um novo termo surgisse: o “New Roots”, que mesclava as tradições dos anos 1970 com referências sonoras mais modernas.



Gêneros de Fusão

Artistas sempre gostaram de misturar o Reggae com outros gêneros desde a década de 1970, mas apenas em 1990 o termo foi criado para definir essa mistura toda. Na verdade, o tal termo “Gêneros de Fusão” é mais técnico, afinal todos chamam de Rock Reggae, Pop-Reggae, Samba Reggae, e assim por diante.
Vamos citar alguns dos milhares de exemplos possíveis para ilustrar os Gêneros de Fusão: Sublime, Shaggy, Natiruts, Os Paralamas do Sucesso, e, mais recente, Magic!, um quarteto canadense que, apesar de não gostar de rotular sua música, alcançou o topo da Billboard, e ainda liderou os trending topics do Twitter graças a um som considerado Pop-Reggae.

terça-feira, 4 de abril de 2017

Confira a Nova Música e o Vídeo Clipe do Shalon Israel



Music: Tchonga
Lyrics and Songs: Shalon Israel.
Vocal: Shalon Israel
Drums and effects: Julio Cesar
Bass guitar: Milton Ferreira
Guitar and keyboards: Moisés Veloso
Produção: Agência Reggae 

Um Pouco da História de Shalon Israel:
Cantor e Compositor Cearense, natural de Fortaleza, iniciou a carreira no ano de 1998 se apresentando em festivais e concursos escolares, onde a partir daí já se mostrou diferenciado e que tinha aptidões destacadas no desenvolvimento de um trabalho artístico. 
 No ano de 2002 foi convidado a fazer Back vocal da banda "Profetas Da Babliônia" atual banda "Mentalize", Onde Veio a conhecer o Gênero musical Jamaicano Reggae Music, que o influenciou até hoje em suas composições iniciadas com hits como: Loirinha, Buscndo a Zion e Homem Rasta.

 A Partir dai foi se destacando e outros convites como vocalista, passando por "Semente Nativa" atual "Filosofia Rasta" e Banda "Irmandade e Raiz". 
 Em 2012 Lanço se projeto de SOUND SYSTEM onde nesse trabalho uma música se destacou além das demais, o hit "Cabeça de Gelo"