Um Jamaicano de nome Marcus Garvey, descendente de Maroons (um quilombo bem sucedido, formado por escravos fugitivos que resistiram durante mais de 80 anos ao exército Inglês e tornaram-se independentes do governo colonial), se tornou famoso como líder do movimento negro nos EUA e na Jamaica no inicio do século e protagonizou um dos capítulos mais decisivos da história dos rastafari.
Marcus Garvey criou: a "Universal Negro Improvement Association", o jornal "Negro World" e a companhia "Black Star Line" ( esta última tinha como objetivo viabilizar o retorno dos negros ao continente Africano), além de ter influenciado também os movimentos que libertaram a África do dominio colonial Europeu.
Ganhou fama de profeta, pois as suas ideias tinham como adeptos os líderes religiosos da Jamaica. Numa das suas últimas profecias, previa-se que um Rei Negro seria o líder que conduziria os negros do mundo inteiro à redenção. Quando, em 1930, Ras Tafari Makonnen foi proclamado Rei da Etiópia, adotando o nome de Haile Selassie I, "Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Sua Majestade Imperial, Leão Conquistador da Tribo de Judah, Eleito de Deus", os líderes religiosos da Jamaica reconheceram nele o Rei Negro, de quem o profeta havia falado.
Desde então, os pregadores adotaram o nome de Rastafari, e passaram a dirigir as suas preces e a depositar as suas esperanças em Haile Selassie I.
Para os Rastafari, além do que se relaciona com a profecia de Marcus Garvey, o Imperador Haile Selassie I é o Messias profetizado na Bíblia, visto que é um descendente direto de David, vindo da linha de Reis Etiopes que se estendia desde os tempos do Rei Salomão e da Raínha Sheba. Ele é a raíz de David.
Os Rastafari acreditam que Haile Selassie I é um Deus vivo para a raça negra, era o Imperador negro da Etiópia. Eles dizem que as escrituras o profetizaram como aquele que "tem o cabelo como lã e os pés como bronze", e acreditavam também que Selassie era o Jesus de que o Cristianismo falava, e que o homem branco sempre distorceu os fatos para que não acreditassem que Jesus era negro.
Selassie não era um rastafari. Ninguém faz ideia do que ele pensava do assunto. Por isso, é irônico o fato de que, quando um grupo de rastas da Jamaica foi à Etiópia para honrá-lo, um oficial do palácio lhes disse para se retirarem, pois poderiam incomodar o Rei, visto que este era devoto do cristianismo. Em vez de discutirem ou questionarem a respeito, os rastas acreditaram, e acreditam ainda, que pelo fato de o aclamarem Rei, não significava que este soubesse que o era.
Quando Haile Selassie I faleceu, em 27 de agosto de 1975, muitos rastas não acreditaram (pensavam que era um truque da midia para derrubar a sua moral), pois para eles os verdadeiros rastas eram imortais. Para compensar a sua morte, eles acreditavam que os seus átomos se espalharam pelo mundo, para fazer parte de cada novo recém-nascido, ficando assim imortalizado.